17.12.10

O último discurso - Chaplin (em ' O Grande Ditador')



          Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio... negros... brancos.
            Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.
            O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos.  A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.
            A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem... um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá.
            Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos!
            Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, ms dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de faze-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.
            É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!
            Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontrares, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo – um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos!
   
       Só porque ele há tantos anos atrás disse coisas que as pessoas ainda hoje convivem, problemas, que estes homens 'tão' inteligentes ainda não conseguiram resolver!

27.5.10

Oi,

  Gosto das palavras curtas que mesmo sendo simples expressam mais que toda uma conversa. A primeira palavra, a "alavancada", o início! Sempre um dos mais difíceis gestos.
   Me perco. Nas ações que acabam sendo mais produtivas que enormes narrativas de autores consagrados, como um gesto pode mudar tudo? Por mais insignificante que seja?
Por isso, as vezes nos prendemos à um mundo alternativo onde as pessoas de fora não podem compreender nossos gestos e muito menos serem impactados com estes. Por não possuírem a nossa sensibilidade, uma unica em cada pessoa, especifica de cada um, diferente, que não pode ser compreendida pelo outro por mais que você queira, ela é SUA! Porém,
 de todos os gestos, o que mais me intriga é o olhar. Pois esse você não pode entender neste seu mundo alternativo, ele é livre, impossível de se esconder, ele é impetuoso, pode ser sigiloso ou até descarado, inevitável ou calculado, o mais perfeito, que também pode ser o menor, num simples segundo, inexplicável!
  Olhar, pra que palavras, gestos, sorrisos, quando se tem um olhar? Uma pessoa pode fazer quantas plásticas quiser, mudar seu sorriso, seu nariz, seu rosto porem o olhar, ele não se deixa levar, com ele você nasceu, com ele irá morrer! Mesmo que você puxe e estique suas pálpebras, mude a cor dos olhos... De uma forma incrivelmente teimosa, o olhar não muda. Ele continua ali escondido, guardado, ele é único e permanente. Ele é tudo isso, porem, é apenas um olhar que...
  Possa se estender a uma amizade eterna (ou até mesmo, por que não dizer?) um amor eterno, precisa ser humilde o suficiente para ceder e realizar a ação de dizer OI!
(24/07/2009; 00h44min.)

30.4.10

O amor é paciente,

é benigno; o amor não arde em ciúmes, não trata com leviandade, não é orgulhoso, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; o amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba.
l Coríntios 13:4-8

9.4.10

Amo esse texto! Muito! Ele me faz pensar e até agora não consegui responder, na verdade quase consegui, tenho uma "quase resposta". Afinal, o que te faz feliz, também faz alguém feliz? (lindo!)

"O que faz você feliz?
Abrir a janela, comer na panela
Viajar pela rua, o mundo da lua
Ensaiar o passo, correr para o abraço
Ou é andar descalço que faz você feliz?

Será que é cuidar da gente? Cuidar do planeta?
Fazer diferente. Fazer melhor.
Ficar na cama? Só mais um pouquinho!
Comer um bolinho, fazer um carinho
Se espreguiçar? É isso que faz você feliz?

Ou é adivinhar desejo, estalinho de beijo
Amar de paixão, arroz com feijão
Uma bela salada, miolo de pão
Talvez a macarronada, brincar de nada?

Fazer de tudo. Fazer o que você sempre quis.
Me diz, o que faz você feliz?
Também faz alguém feliz?"
...